Dilma Anuncia Fim da Reforma Ministerial

Dilma Anuncia Fim da Reforma Ministerial

A presidente Dilma Rousseff anuncia finalização da reforma ministerial sem ceder às pressões da bancada peemedebista na Câmara, liderada pelo líder rebelde Eduardo Cunha “PMDB-RJ”.

Nenhuma das mudanças efetuadas tem a indicação de Eduardo Cunha, nem nas mudanças nas pastas já comandadas pelo PMDB, como Agricultura e Turismo. Embora alguns dos novos ministros sejam filiados ao partido, politicamente o PMDB acabou perdendo a pasta do Turismo.

Com a abertura do leque para o estado de Minas, Dilma garante apoio político naquele estado, onde enfrentará uma batalha política com o adversário tucano, candidato à Presidência da República, Aécio Neves.

Havia sido articulado a  indicação de Ângelo Oswaldo  por Fernando Pimentel, candidato ao governo de Minas, em conjunto com o atual ministro da Agricultura, Antônio Andrade, deixando grande descontentamento na bancada mineira. Ao avaliar que perderia mais do que ganharia em seu próprio estado, Dilma optou por uma solução técnica, nomeando Vinícius Lages, atual gerente de assessoria internacional do Sebrae, para o cargo.

A secretaria dos portos continuará sob o comando de Antonio Henrique Pinheiro Silveira, técnico do Ministério da Fazenda, indicado para o cargo pelo ex-secretário-executivo da pasta, Nelson Barbosa.

O Ministério da Integração Nacional, ficará como está. A pasta chegou a ser oferecida pela presidente ao senador Eunício de Oliveira “PMDB-CE”. Eunício é candidato ao governo do Ceará e irritou-se com a oferta, que em sua opinião, tinha apenas objetivo de tira-lo do caminho para a candidatura a ser indicada pelo atual governador, Cid Gomes e seu irmão Ciro, do “PROS”.

Em contra partida, a presidente também não concordou com a sugestão do PMDB de colocar no cargo o senador Vital do Rêgo (PMDB-PB). 

Palanque

Dilma convidou para agricultura, Neri Geller ”PR-MT”,  indicado para o cargo por Antonio Andrade. Geller é técnico e se filiou ao PMDB no final do ano passado.

Dilma procura isolar parte do PMDB de Minas Gerais que tem flertado com a candidatura presidencial de Aécio Neves. Entre os líderes desse grupo estão o senador Clésio Andrade, o deputado estadual Saraiva Felipe e o deputado federal Leonardo Quintão, que ao ser indicado pelo PMDB para a pasta da Agricultura, teve seu nome rejeitado pela presidente. Em contrapartida, Dilma fortaleceu o grupo liderado em Minas por Antonio Andrade, ala que tem feito, ao longo dos anos, a interface com o PT.

Clélio Campolina é outro a ser indicado. Reitor da Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG). Ligado ao PMDB, Campolina tem estreitas relações com o atual ministro interino do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior, Mauro Borges.

Dilma também confirmou os nomes do líder do PRB no Senado, Eduardo Lopes para substituir o ministro Marcello Crivella, na Secretaria de Pesca e Aquicultura. Para o Ministério das Cidades, pasta que também foi alvo de pedidos do PMDB, Dilma anunciou Gilberto Magalhães Occhi, funcionário de carreira da Caixa Econômica Federal desde 1980 e atual vice-presidente de governo da Caixa. Para o Ministério do Desenvolvimento Agrário, Dilma confirmou a volta de Miguel Rossetto, que comandou a pasta no primeiro mandato do ex-presidente Lula.